COMUNIDADE

A Restinga pertence ao 7° Distrito de Porto Alegre, ficando 25 Km distante do centro da capital. A parte localizada ao lado sul da Estrada João Antônio da Silveira, a Vila Restinga Velha, foi implantada em 1964 para recepção dos moradores das vilas Ilhota, Dona Teodora, Santa Luzia, Marítimos e Dique, ou seja, todas as vilas irregulares que ocupavam as áreas do município. O loteamento residencial na Vila Nova Restinga, localizado ao lado norte da Estrada João Antônio da Silveira, teve seu início de implantação, através do DEMHAB, em 1971 para suprir déficit de habitação popular no município.
Comunidades inteiras, que foram removidas de seus locais de moradia, próximos ao centro da cidade, onde, a despeito das precárias condições de habitabilidade, contavam com estrutura e localização geográfica que lhes favorecia as condições de trabalho. Transferidas para um bairro novo, mediante promessas de implantação de infraestutura que tardaram ou não foram concretizadas pelo poder público, essas pessoas encontraram na sua própria organização, através do movimento comunitário, as condições para a representação junto aos órgãos governamentais e superação das dificuldades encontradas.
Atualmente, o loteamento compreende cinco unidades residenciais implantadas pelo município e várias áreas ocupadas irregularmente, que apresentam maiores problemas de infra-estrutura e, conseqüentemente, acarretando piores condições de vida para seus ocupantes.
Hoje a Restinga não tem mais um único estilo de casa. O DEMHAB já não é mais o responsável pelas construções. A iniciativa privada vem modificando radicalmente o sistema habitacional no bairro.
No que se refere ao sistema econômico, a população da Restinga situa-se na faixa média baixa. A oferta de trabalho aumentou gradativamente, sendo que a maior oferta de emprego fica a cargo das empresas de ônibus Tinga, Metroplan dos supermercados Kan, ABC, Santa Clara, Fortaleza, Keppler, Tigrão e Asun, de algumas fábricas do Distrito Industrial, além dos vários postos no comércio e da cooperativa de reciclagem de lixo. O bairro conta também com o Fórum, uma delegacia de polícia, a 16ª DP, e o 21º BPM da Brigada Militar.
Existe um posto do Sistema Nacional de emprego – SINE – localizado na Restinga Nova. A procura pelo emprego é muito grande, superando o número de vagas. A maior busca é por mulheres, as quais mais facilmente conseguem colocação em serviços domésticos, como auxiliares de produção, serviços gerais e outros. A maioria dos homens procura emprego no setor da construção civil, pois este não exige uma escolaridade formal. O comércio vem crescendo, porém, ainda não consegue absorver grande parte dos trabalhadores. Toda a população espera ansiosamente a construção do Pólo Industrial, situado na zona norte da Restinga. A maior parte dos trabalhadores da Restinga encontra emprego em outros bairros e utilizam o transporte coletivo, que é precário em quantidade, qualidade e com horários que não comportam as necessidades moradores.
Embora na Restinga se concentrem um enorme número de escolas com ensino fundamental, não há vagas para os jovens que ingressam no ensino médio, o bairro é carente também em opções de lazer, esporte, cultura, cursos profissionalizantes, enfim de atividades para os jovens no contraturno escolar.
A forte atuação do movimento comunitário, através de associações de moradores, Grupos e ONGs demonstram que a comunidade é bastante organizada e preocupada com a qualidade de vida dos moradores. Infelizmente, essas organizações ainda não conseguem encontrar as soluções para a maioria das demandas do bairro, carecendo de um olhar mais atento e maiores investimentos por parte do poder público.
A Restinga conta hoje com um Fórum, poucos postos de saúde e aguarda a construção de um hospital público e de uma escola técnica, que já estão previstos para serem implantados no bairro.